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  • Foto do escritorBruna Pinheiro

Vida fora da Terra? Exoplaneta K2-18b parece ser uma hipótese válida

Atualizado: 17 de jan.

A longa jornada à caça de vida noutros planetas continua e, desta vez, é o exoplaneta K2-18b quem cria as expectativas de vida fora da Terra.


Imagem: National Geographic

O telescópio espacial James Webb, lançado há dois anos para o espaço, detectou, recentemente, no K2-18b,  uma molécula, chamada sulfureto de dimetilo (DMS) que, pelo menos no planeta Terra, só os seres vivos produzem (proveniente do fitoplâncton, organismos microscópicos dos oceanos). 

Além desta descoberta, os pesquisadores pensam ter detetado metano e dióxido de carbono na atmosfera do planeta. Esta existência significa que, provavelmente, em conjunto com a ausência de amoníaco, o exoplaneta tem também uma atmosfera rica em hidrogênio e uma superfície coberta de água líquida e oceanos.

Este exoplaneta, um planeta fora do nosso sistema solar, localizado a 120 anos luz da Terra (mais de um milhão de biliões de quilómetros de distância), é considerado pela NASA um “mundo Hycean”, ou seja, um planeta maior que a Terra e mais pequeno que os gigantes gasosos do sistema solar, com potencial de ter uma atmosfera rica em hidrogénio e um oceano líquido.

Não existem planetas deste tipo no nosso sistema solar, o que os torna pouco conhecidos mas,apesar disso, eles são o tipo de planeta mais comum na Via Láctea.

O interesse no K2-18b surge porque o planeta se encontra na zona habitável da sua estrela, ou seja, não está nem muito perto nem muito longe do seu sol. Mas este interesse não surgiu agora, já que também as observações do telescópio espacial Hubble apontavam para a hipótese de haver água líquida no K2-18b .



À BBC News, Nikku Madhusudhan, professor de Astrofísica e Ciências Exoplanetárias no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, explica: “Estas descobertas sublinham a importância de ter em consideração vários locais habitáveis na procura por vida. Habitualmente, a procura por vida nos exoplanetas têm-se focado em pequenos planetas rochosos, mas estes grandes mundos “​Hycean”​ são mais propícios às observações atmosféricas”.

Em órbita de uma estrela anã vermelha na constelação de Leão, o planeta é quase 9 vezes mais maciço do que a Terra. É por isto que os astrónomos alertam para o facto de, embora o K2-18b possa parecer ter o ambiente propício à criação de vida, o seu tamanho pressupõe que o seu interior contenha um grande manto de gelo de alta pressão, como Neptuno.

As esperanças dadas pelo telescópio sobre a vida fora da Terra, são muitas. No entanto, os cientistas que participaram no estudo alertam para a necessidade de serem aferidos mais resultados, que devem chegar ainda este ano, já que os atuais ainda não são muito robustos. Em comunicado à BBC News, Nikku Madhusudhan, que participou no estudo, afirma que “são necessárias mais observações para confirmar se estamos, de facto, a observar este sulfito de dimetilo”.


Imagem: Centro de Ciência Viva do Algarve



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