Os resultados do PISA 2022 em Portugal pioraram. Os alunos de 15 anos têm piores resultados a leitura, ciências e matemática, mas os valores estão dentro da média da OCDE.
Por causa do fecho das escolas durante a pandemia, mas não só, registou-se uma queda “sem precedentes” nas médias gerais a matemática e leitura. Ciências foi a exceção nas três componentes em análise, embora a média também tenha descido 1 ponto.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgou a 5 de dezembro os dados relativos ao desempenho dos alunos portugueses de 15 anos nos testes PISA (Programme for International Student Assessment), a maior avaliação internacional em Educação e que envolveu em 2022 um total de 81 países e regiões e quase 700 mil jovens. Em Portugal participaram 6793 alunos de 224 escolas.
Todas as edições do PISA têm um domínio central, sendo que em 2022 este lugar coube à matemática. A média dos alunos portugueses a matemática foi de 472 pontos, o que representa uma queda de 20 pontos face a 2018. A pontuação da OCDE neste domínio ficou-se também pelos mesmos 472 pontos, tendo caído 15 pontos no mesmo período.
Os resultados dos portugueses nesta área “foram semelhantes aos alcançados pela média dos países da OCDE, não se diferenciando significativamente de Estados como a Alemanha (475 pontos), a França (474 pontos), a Espanha (473 pontos), a Noruega (468 pontos) e os Estados Unidos da América (465 pontos)”. Apesar de os alunos portugueses terem piorado os resultados comparativamente a edições anteriores, conseguiram alcançar um objetivo que era apontado como uma meta a atingir.
A média dos alunos portugueses a matemática foi de 472 pontos, o que representa uma queda de 21 pontos face a 2018.
A média da OCDE caiu quase 14 pontos em matemática e cerca de 10 em leitura, em comparação com o PISA 2018. No domínio da leitura, Portugal tem uma média de 477 pontos, mais um do que a da OCDE. Os alunos portugueses desceram 15 pontos por comparação a 2018, e a média da OCDE caiu outros 10 pontos. “Nunca uma mudança na média da OCDE nos testes do PISA tinha excedido os cinco pontos a leitura”.
Em ciência, Portugal alcançou uma pontuação média inferior em 1 ponto relativamente à média da OCDE, registando-se uma diferença de 484 versus 485 pontos.
O ministro da Educação, João Costa, admitiu “preocupação” perante os resultados, mas recusou análises precipitadas, lembrando que a queda nos resultados é transversal. “Há uma descida que tem a ver com a pandemia, mas a pandemia não explica tudo, porque há uma queda na média da OCDE desde 2012 que não foi ainda suficientemente explicada”, declarou João Costa.
A OCDE diz que o estatuto socioeconómico dos alunos “continua a exercer uma influência determinante nos resultados médios dos alunos, designadamente no PISA" Os alunos com estatuto socioeconómico e cultural mais elevado superaram os alunos com um estatuto mais desfavorecido em 101 pontos. Por outro lado, o inquérito revela ainda que os alunos portugueses estão entre os que contam com maior apoio dos pais e os que fazem uma avaliação mais positiva dos professores.