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Editorial: Guerras que não são faladas são esquecidas

Atualizado: 16 de jan.

Mantermo-nos informados sobre o que se passa no mundo é crucial, inclusive quando se trata de guerras e conflitos internacionais. O jornalismo, neste aspeto, é, sem dúvida, um grande pilar. Ou deveria ser. Afinal, uma das suas funções é manter a população a par dos mais diversos temas da atualidade. Mas será que o quarto poder lhes dá atenção de forma equitativa?

Quando pensamos em conflitos como Rússia-Ucrânia e Israel-Palestina, os holofotes estão sobre eles. Há jornalistas no terreno, atualizações ao minuto e uma grande atenção mediática. Quando o conflito Ucrânia-Rússia eclodiu, os telejornais portugueses noticiaram-no de tal forma que houve a sensação de que, além daquilo, não se passava mais nada de importante e grave no mundo. Porém, muitos outros conflitos estão esquecidos. E, a maioria deles, duram há décadas. Ninguém sabe o que se passa, por exemplo, no Iémen, que a ONU diz ser a pior situação humanitária do mundo.

A Etiópia, o Haiti, o Myanmar, a Líbia e a Síria são outras regiões que vivem com vários relatos de crimes de guerra, violações em massa, mortes, etc. Sobre estes, não há diretos, não há informação atualizada, não há atenção e ajuda internacional, não há nada quando comparado com os outros dois. E aqui não se põe em causa a gravidade dos conflitos Ucrânia-Rússia e Israel-Palestina porque é, de facto, elevada, e merecem ser noticiados.

A questão que aqui se levanta é: Afinal, somos ou não todos iguais? É preocupante perceber que há tanto sofrimento humano no mundo, que deveria ser abordado nos órgãos de comunicação social, e que, na realidade, está oculto. Isto faz com que, de certa forma, estes conflitos sejam desvalorizados. A guerra na Ucrânia é mais importante por ser na Europa? Qual o critério da tamanha diferença no tratamento destes conflitos internacionais? Porque é que de uns se sabe tanto e de outros não se sabe (quase) nada? Todos estes conflitos, e outros tantos, devem e merecem ser abordados pelos órgãos de comunicação social.

As pessoas precisam de saber o que se passa no resto do mundo. É essencial mais informação. É essencial mais ajuda. É essencial que se abram os olhos a toda uma sociedade porque a verdade é uma: As guerras que não são faladas são esquecidas.


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