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  • Foto do escritorInês Silva

Javier Milei eleito na Argentina

Atualizado: 16 de jan.

Os resultados das eleições presidenciais na Argentina deram a vitória a Milei por 55,69%. O novo Presidente quer mudar radicalmente o país e transformá-lo numa “potência”.


Imagem: AFP via Getty Images

O economista ultraliberal Javier Milei, de 53 anos, venceu a segunda volta das eleições presidenciais na Argentina, no dia 19 de novembro. Os resultados oficiais deram a vitória a Javier por 55,69%, ao passo que Sergio Massa obteve 44,30% dos votos. 

Na primeira volta, Sergio Massa conseguiu 36,78% dos votos, enquanto Javier Milei ficou nos 29,99%. Num país onde o voto é obrigatório, registou-se uma participação de 77,7%, a segunda mais baixa em votações gerais, anunciaram fontes oficiais. Em agosto, Milei tinha vencido as primárias com 30%.

Sergio Massa, atual ministro da Economia do país e adversário de centro-esquerda da coligação Unidos pela Pátria, reconheceu a derrota e admitiu num discurso para os apoiantes que “Javier Milei é o presidente eleito pela maioria dos argentinos para os próximos quatro anos”.

Massa disse que os resultados “obviamente não são” os que esperava e sublinhou que “esta foi uma campanha muito longa e difícil, com acusações duras e espero que o respeito por quem pensa diferente continue estabelecido na Argentina”. No final do discurso, o adversário do centro-esquerda referiu que “terminou uma etapa” da sua vida política.

O novo chefe de Estado reconhece que a realidade é “trágica” e “crítica” na Argentina, sendo por isso necessárias “mudanças drásticas”. No discurso da vitória, Milei disse que “Hoje termina uma forma de fazer política e começa outra”, garantindo que “o modelo de decadência chegou ao fim”, “não há volta atrás”. É a primeira vez que a extrema-direita chega ao poder, desde que o país da América Latina vive em democracia. 


Quem é Javier Milei?


Javir Milei nasceu em Buenos Aires, em 1970, e tornou-se conhecido do público enquanto comentador televisivo, depois de uma carreira como professor universitário e no setor bancário. Em 2018, foi o economista mais convidado pelos programas de rádio e televisão. Milei define-se como “anarcocapitalista”, uma forma extrema de liberalismo defensora de uma sociedade capitalista sem Estado. Em 2020, anunciou a candidatura à Presidência nas eleições de 2023.


Montagem: Inês Silva/O Essencial

Quais são as propostas de Milei?


Javier Milei apresentou três ideias principais para transformar a Argentina numa “potência”. “Um governo limitado, o respeito pela propriedade privada e o comércio livre”, enumerou, garantindo que o “modelo de decadência chegou ao fim”. “Não há volta atrás”, sublinhou o novo Presidente da Argentina. 

As propostas mais polémicas de Milei são o encerramento do Banco Central, o fim do peso argentino e consequente substituição pelo dólar. Além disso, a coligação A Liberdade Avança quer implementar a extinção da maior parte dos ministérios, passando apenas a contar com 8, menos 10 do que o anterior executivo.

O economista defende outras medidas controversas, como, por exemplo, a liberalização da compra de armas pela população, reverter a lei que permite o aborto (com a exceção dos casos em que a vida da mãe está em risco) e acabar com a inflação.

O atual mandato de Milei dura até 2027. O novo Presidente da Argentina afirmou que a vitória nas eleições é “um virar da página” e quer apostar nas “ideias da liberdade”

A Argentina herdada por Milei


Milei foi eleito num cenário de inflação galopante. A inflação anual atingiu os 160% em novembro, a mais elevada em 30 anos, e 40% da população vive na pobreza. A rápida subida dos preços prejudica os consumidores e a revolta popular faz-se sentir nas ruas.

Durante o discurso que fez, o candidato afirmou que a "herança" deixada pelo “kirchnerismo” é a pior jamais recebida por um governo argentino, com um défice financeiro e fiscal equivalente a 17% do PIB, uma inflação que cresce a uma taxa anual de 300%, uma atividade económica paralisada, uma taxa de pobreza de 45% e uma taxa de indigência próxima dos 10%.

Em termos de infraestruturas, alertou para o facto de apenas 16% das estradas serem asfaltadas e 11% estarem em bom estado, razão pela qual 15000 argentinos morrem todos os anos em acidentes de viação.


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